Sonho 10:41

11/07/2010

Éramos nós. Eu e aquela massa que me envolvia sem nenhum pudor.

Antes, eu e a escuridão – tenho um banquete, cookies, queijo, banana:

E todo o resto que cala minha boca: sushi, paella, comida caseira. Mineira.

Rasga a fresta, vieram uns animais. Viram uns animais. Viro um animal.

Sensação de judiados. me tateiam, querem meu rosto, minha voz, tudo que

Desce estômago abaixo.

Não desistem. Não existem vozes, não há silêncio.

Ruminam pensamentos vazios, desdobram papéis, descascam bananas.

Sinto um beijo. Língua doce: gosto de leite, morango. Cheiro de papoulas.

Engole minha saliva, sou objeto. Mordo tua boca. (Quem é?)

Restos no chão. Todos se vão. Renova-se a mesa. Sou como uma planta.

Sem terra, sem raízes. Sem selva.

Pela leve movimentação no piso, sinto que outros virão.

No entanto, houve uma ruptura, me transferi naquele instante.

Três lados, milhares de facetas. Encarnei o toque e não desprego.

Saio do papel, sinto rancor. Rasgo a cortina.

Quem me espera?